Quando um homem aceita um cargo público sem remuneração material, mas altamente remuneratório em grandeza, esse homem procede bem e melhor procederão os seus semelhantes, se o louvarem e condecorarem, saciando assim a sua vaidade em troca, e em nome, de um bom serviço público. Este dinheiro foi altamente rentabilizado em benefício da comunidade. O prazer e a felicidade da vida está essencialmente na saúde e no dinheiro. Quem negar estes dois factores, ou está a mentir, ou está a negar-se a si próprio. Nós estamos em pleno limiar de uma nova época, tentando através de impostos progressivos fazer uma repartição mais equitativa que dê a todos um bem estar digno do ser humano, desejando assim criar uma sociedade onde todos tenham alguma coisa e evitar que só alguns possam usufruir os milagres do dinheiro. Enquanto a maioria luta por dinheiro, ganha dinheiro, dá ou recebe dinheiro, transformando o vil metal em um mero passaporte para os bens que mais gozo lhe dão possuir ou consumir, outros, elegem-no como matéria prima do seu trabalho, da sua capacidade criativa e do seu modo de vida. Para estes, ter dinheiro, ou melhor ter capital, equivale a ter capacidade de realizar, ter força para forjar coisas novas. Novos postos de trabalho, nova riqueza. Estes homens são indispensáveis à sobrevivência da nossa sociedade, tal como a conhecemos e entendemos. As tentativas de os abolir e que ficam conhecidas na história como Marxismo, Leninismo, Maoismo e Comunismo, apresentam a mais completa e a mais cabal das rupturas. Os capitalistas, a economia de mercado e o dinheiro são ferramentas indispensáveis à vida do homem sobre a terra. Já falámos da sociedade soviética, mas vale a pena repisar este tema, lembrando que a Perestroika mais do que uma questão ideológica, foi essencialmente uma questão de dinheiro. Os soviéticos chegaram a esta conclusão depois de terem durante mais de setenta anos, uma sociedade dirigida ditatorialmente contra o capitalismo. O bem estar do ser humano tem de fatalmente passar pelo dinheiro. A URSS, ao fim de setenta anos de sociedade comunista, não tinha ninguém que tivesse vivido numa sociedade capitalista mas, instintivamente, bate-se contra o comunismo, contra o internacionalismo e a favor do individualismo, da iniciativa privada e do dinheiro. Não tenhamos dúvidas; o dinheiro faz parte da nossa felicidade. Digam o que disserem, chamem-lhe o que quiserem, mas sem dinheiro ninguém consegue viver. Para arranjar dinheiro, recorre-se a todos os métodos. Na América do Sul, onde dificuldades de toda a ordem, têm condenado um continente rico a uma vida de miséria de milhões dos seus habitantes, estes viram-se obrigados, para sobreviver, a deitar mão ao chamado dinheiro sujo, proveniente da venda da droga. Os grandes clientes desta morte a prazo, são os países ricos que, mais uma vez, são avisados que a fome é má conselheira e que os pobres podem utilizar armas muito mais mortíferas e muito mais sofisticadas do que as próprias bombas de neutrões. A grande, a única e a verdadeira solução é acabar com a pobreza e com a miséria, alfabetizando todo o mundo e ensinando os povos mais atrasados, a tirar o máximo rendimento do seu esforço. Hoje, ninguém é escravo de ninguém. E ninguém pode ser escravo do trabalho, mas todos têm de trabalhar o suficiente para prover o seu sustento e ao da sua família. Ninguém foge a este dever. É só ensiná-los. Dar-lhes a oportunidade que nunca tiveram.
NÃO TEMOS TEMPO PARA GASTAR O QUE GANHAMOS
Quem manda, quem vale e quem pode é o dinheiro. Mas o dinheiro, se é uma meta a alcançar, também não pode ser uma obsessão. O dinheiro tem de ser um dos veículos para a felicidade. Acontece que, muitos, vivendo na ânsia de açambarcar tudo quanto for possível de ganhos e proveitos, se esquecem de viver. Muitos querem ser ricos e isto está certo. Quando chegam a ricos, querem ser ainda mais ricos. E os mais ricos, querem ser ainda mais, muitas vezes sem olhar a meios. Se nos interrogarmos sobre a razão de toda esta ganância, e analisarmos a sua utilidade real, verificamos que na maior parte dos casos, não temos tempo de gastar metade daquilo que ganhamos. Lamentavelmente, só damos valor a uma vida simples, vivida com saúde, quando isso já não é possível ou quando nos encontramos gravemente enfermos. O dinheiro faz-nos esquecer que os anos passam, e ele, que podia ser e é tão útil, devido ao seu excesso, arrasa-nos, envenena a nossa vida, a dos nossos familiares e a dos nossos semelhantes. A ideia é ter dinheiro, segundo as nossas necessidades, e na medida daquilo que pretendemos realizar, mas nunca pondo em causa o prazer de viver a vida, ou por ele a perder. A riqueza, entendemo-la como um conjunto de bens pessoais e está ao alcance de cada um de nós. Apesar do número elevado de pessoas que existem no mundo, a terra é ainda um planeta pouco habitado e onde cada um pode obter o seu quinhão e viver feliz com o dinheiro ganho, utilizando as suas capacidades mentais e manuais. A economia viu-se na necessidade de simplificar a vida com a alta tecnologia, a informática e a electrónica, obrigando-nos a todos, a um grande esforço para acompanhar este ritmo infernal da sociedade. Não somos mais felizes por isso. Não vivemos mais por causa disso. É a ânsia do homem à procura de si próprio, das suas capacidades e das suas potencialidades para se igualar ao infinito. Para se igualar ao Deus que possui todas as riquezas do mundo, mas que não aparece para as reclamar. O homem reivindica essa posse, mas sente a frustração do poder, quando é forçado a confessar que não sabe de onde veio, e para onde vai.
PARA ALGUNS A VIDA RESUME-SE AO COMER,AO DORMIR E AO PROCRIAR
Para a gente simples, a vida resume-se ao comer, dormir e procriar. Tudo o resto lhes passa ao lado, enquanto os investigadores do infinito, e os destruidores da vida, privilegiam, estupidamente, as armas em detrimento do ensino, da cultura e da instrução. Antigamente os apetites humanos eram moderados e prolongavam o tempo de vida. Agora vive-se mais depressa e enlouquece-se ao ritmo dos barulhos que nos rodeiam. |