Neste momento, sofrem deste mal uma boa parte dos jovens ocidentais. Os orientais, há mais de dois mil anos, conhecem os segredos do amor. O homem e a mulher ocidentais, mal informados sobre o sexo e envergonhados por falar sobre o mesmo, andam agora a libertar-se de tabus que os deixam confusos e mais impotentes do que outrora. Antigamente, a mulher não discutia a relação com o homem. Hoje os tempos mudaram. Podíamos acrescentar que o sexo também. Desde que o homem reconheceu à mulher o direito ao prazer, sujeitou-se imediatamente às regras do jogo, e viu, que perde sempre, se não se aplicar a fundo. O homem começa então a pensar que não é capaz de acompanhar o ritmo alucinante da companheira e, sem saber como, o apêndice deixa de responder à chamada, torna-se flácido e incapaz de penetrar no receptáculo apetecido e nasce um impotente por obra e graça do pensamento e do descontentamento. Se ele soubesse que a mulher tem os mesmos receios, embora seja capaz de ter 63 orgasmos seguidos, enquanto o infeliz, mesmo potente, só consegue ter pouco mais de meia dúzia em 24 horas. Felizmente que as mulheres privilegiam mais o amor que o sexo. Para a mulher, um beijo, uma carícia, um abraço e uma mordiscadela na orelha é um prazer tão grande ou maior do que todos os orgasmos. O indivíduo que, entre os 18 e os 65 anos, se julga impotente, só o é na sua cabeça, que não o deixa funcionar como deve ser. A menos que seja um alcoólico, um fumador inveterado ou um drogado, e isso, é natural que lhe cause alguns fracassos. O jovem que bebe uns copos e, que por acaso, encontra a dama dos seus sonhos, se ela não o recusa, ele ao ficar cheio de excitação e de vinho, quando julga que vai entrar no campo das delícias, pode ter uma desilusão. O "ingrato", sem dizer água vai, nega-se a cumprir o seu dever porque a bebedeira também lhe subiu à cabeça. O azar, do fogoso apreciador de Baco, é não conseguir esquecer-se desse fracasso e fazer dele um drama, que muitas vezes termina em tragédia, como aconteceu com o escritor Cesare Pavese ou o maestro austríaco Hugo Wolf, que se suicidaram por se julgarem impotentes. Com potência, mas sem potência mental, com doenças ou sem doenças, os impotentes de hoje deviam ser raríssimos e só contarem acima dos 90 anos. Mas não, agora a juventude dá-lhe para falhar, para se desinteressar e para ter medo. Antigamente, o homem não pensava em potência ou não potência e para a frente é que era o caminho. Hoje, tornou-se intelectual, pensa demais e é a desgraça que a gente vê. O homem sente a mulher muito mais forte, muito mais potente e um pequeno falhanço desanima-o, torna-o agressivo, imprevisível, capaz de destruir o mundo, porque psicológicamente ele se encontra destruído e, quem o rodeia, não sente a mágoa ou o ódio que lhe vai na alma. Assim aconteceu com Napoleão e assim sucedeu a Hitler. Fracos amantes, frustados sexuais, tornaram-se autênticos leões castrados, mas ferozes porque a impotência ou o seu pensamento, os tornou cruéis, duros e gananciosos. E talvez tudo fosse bem mais simples e menos trágico se tivessem a coragem de falar nos seus problemas a um terapeuta. As mulheres têm uma forma diferente de amar. Mesmo aquelas para quem os segredos do sexo já foram descobertos e onde as fantasias sexuais também entram nos seus desejos, mesmo essas, não colocam o sexo acima do amor. Para elas são mais importantes a admiração do companheiro e a amizade, do que a violência do sexo. Para a mulher, o sonho do amor é o próprio amor. É o afecto que lhe interessa. É o calor do corpo que a seduz. O homem não pode ter medo da sua potência. Todos os homens são impotentes, se comparados com a potência feminina. Isso magoa-os, desgasta-os, entristece-os porque a sua condição de macho todo poderoso, esboroa-se numa coisa tão pequenina. Durante milénios o segredo foi escondido. A mulher submetia-se porque, na verdade, para ela o sexo foi sempre algo de secundário. O amor não nasce aí, por isso ela guardou ciosamente o seu segredo. Foi o homem, com a mania das descobertas e de querer desmontar peça a peça o ser humano, que constatou o que era impensável. A mulher é-lhe superior. É por isso que alguns homens se sentem impotentes. É isso. A mulher mete-lhes medo quando a cama lhes serve de campo de batalha, e onde a luta entre o homem e a mulher se desenrola no tálamo do amor. Mas ter medo de quê? Você julga que o seu instrumento de prazer é muito pequeno e isso causa-lhe vergonha? Não tenha. A parte mais sensível da vagina não vai além de três centímetros a seguir à entrada. Chega. Não chega? Como já lhe disse, é a qualidade, a ternura, a sedução, a comunicação inteligente que cativam a mulher. Para o descansar, dir-lhe-ei ainda que só um número relativamente pequeno de mulheres tem orgasmo com o movimento do pénis. Como vê, a sua impotência, os seus medos, os seus fantasmas, não têm razão de existir, a menos, que tenha uma doença que o iniba destas alegrias. Mas se julga que está doente vá ao médico, ou a uma clínica de sexologia. Não se envergonhe. Agora se você não tem diabetes, hipertensão, ou não anda a tomar remédios para as infecções gástricas, aquilo que você têm é macaquinhos no sótão. Quer um conselho? Arranje uma companheira carinhosa, simpática, comunicativa e faça amor com alegria. Não se excite demasiado, nem deixe que a ansiedade o possua. A luta que vai travar é a única que devia ser permitida à face da terra. É a luta do amor. Vá a ela. Beije-a no pescoço, nas faces, no queixo, nos seios, mexa-lhe nos cabelos, nas coxas. Continue. Faça-o com prazer mas com calma. Verá que a impotência passa. A impotência está na sua cabeça. O amor não se pensa. Saboreia-se. O amor é o fruto que todos produzimos e podemos dar em abundância. Os ocidentais têm descurado os mecanismos do sexo e, por isso, às vezes apanham sustos, ganham medos e frustrações. A grande maioria dos homens não domina a erecção conscientemente e depois, têm fracassos. O corpo e o espírito não respondem às solicitações que os olhos desejam. A ansiedade, a excitação exagerada e o cansaço deitam por terra os maiores desejos e as maiores vontades. É preciso saber dominar o corpo. É preciso saber dominar a emoção. Só uma doença grave pode impedir uma erecção capaz de penetração. Um teste feito com papavarina, acaba imediatamente com o medo. Com a papavarina, as dúvidas ficam esclarecidas, e se houver lesão de tecidos ou outra qualquer doença grave, o pénis não reage, mas se for tudo fruto do pensamento, quer ele queira quer não, levanta-se e trabalha. Outros julgam-se infelizes porque a ejaculação é demasiado rápida, e sentem que as suas companheiras não ficam satisfeitas. |