de Ministros (o primeiro-ministro).

A Constituição declarava o Estado Unitário, Corporativo, baseado na igualdade dos cidadãos perante a lei.

Na Constituição de 1933 foi integrado o Acto Colonial de 1930 pelo qual os territórios ultramarinos eram considerados parte complementar da Nação, financeiramente autónomos, e economicamente solidários com a Metrópole.

Como órgãos de Estado existia a Câmara Corporativa que representava as actividades económicas, profissões e corporações. A Assembleia Nacional limitava-se a apreciar as leis cuja iniciativa era de exclusiva competência do Governo.

A 23 de Setembro é publicado o Estatuto do Trabalho Nacional que organiza a produção e salvaguarda o direito dos trabalhadores.

Em 1936 é publicado um novo Código Administrativo. Neste mesmo ano, é criada a Legião Portuguesa, estrutura militarizada e concebida para defesa do território em caso de uma possível agressão exterior.

Em 1936 eclode em Espanha a Guerra Civil que dura até 1939. As atrocidades cometidas são inacreditáveis, muito difíceis de compreender entre os seres humanos e entre pessoas do mesmo país.

Em 1939, Salazar recusa aderir ao "Pacto Anti-Komintern" contra o comunismo e contra a URSS.

O Dr. Oliveira Salazar, através da censura, consegue que Portugal não seja contaminado pela demência fratricida. Mas um grupo de marinheiros ocupa dois navios de guerra, e preparam-se para ir ajudar os revoltosos. Descobertos quase à saída da barra, foram bombardeados. Houve muitas vitimas. Salazar, que tinha acabado de comprar os navios, comentou: "Conscienciosamente os mandei pagar. Com a mesma imperturbável serenidade dei ordem para que fossem bombardeados até se renderem ou afundarem".

Ainda não estava estava terminada a guerra cívil espanhola e já Hitler desencadeava a Segunda Guerra Mundial, (1939-1945). Ainda mais selvagem do que a anterior. Ainda mais criminosa. Os militares tornaram-se assassinos profissionais, dirigidos por um Governo legítimo. Civis e militares serviram para fazer milhares de barras de sabão. Morreram mais de sessenta milhões de pessoas. É a suprema humilhação do ser humano!

As próprias acções humanitárias são punidas severamente: o cônsul de Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, é expulso da carreira diplomática, proibido de exercer advocacia e, Salazar deixa-o morrer na mediania porque salvou mais de trinta mil pessoas da morte ou da prisão. Segundo Salazar, o seu acto podia pôr em causa a neutralidade portuguesa e trazer graves consequências para o país.

Salazar evita o conflito a todo o custo: negocia com uns, negocia com outros, e torna-se implacável quando está em causa a ordem nacional.

A 17 de Março de 1939 é assinado com a Espanha de Franco um Tratado de Amizade e não Agressão. Reforça-se a Aliança Inglesa, estreitam-se os laços de amizade com o Brasil.

A 7 de Maio de 1940 é assinada a Concordata com a Santa Sé e o Acordo Missionário. Eram restabelecidos os direitos da Igreja. Proibia-se o divórcio nos casamentos católicos.

Neste mesmo ano realiza-se a Exposição do Mundo Português que serviu para comemorar oitocentos anos de independência.

A Exposição foi o símbolo da força e das potencialidades dos portugueses: sempre capazes de renascer do nada desde que usem a inteligência e nunca desistam de alcançar o que pretendem.

Em 1942 rebenta um surto de greves contra a falta de bens essenciais, aumento de preços, ausência de liberdade sindical. São presos Militão Ribeiro, Júlio Fogaça, Pedro Soares, Pires Jorge e outros.

Em finais de 1943, Salazar funda a casa dos Estudantes do Império.

Em 10 de Junho de 1944 é inaugurado o Estádio Nacional.

Em 1948, Adriano Moreira é preso por responsabilizar o Ministro da Guerra pela morte do General Marques Godinho. O padre Abel Varzim é castigado por usar um estilo marxista, no jornal "O Trabalhador"

Em Novembro de 1949 são eleitos 120 deputados à Assembleia Nacional.

Neste ano, Egas Moniz (1874-1955), nasceu em Avanca, (Estarreja), recebe o Prémio Nobel da Medicina.

Em 18 de Abril de 1951 morre o General Óscar Carmona. É eleito Presidente da República o General Craveiro Lopes.

O desenvolvimento do país continua a processar-se a um ritmo lento, mas muito seguro. Em 1953 são postos em prática os planos quinquenais (de cinco em cinco anos) ou Planos de Fomento, para que o desenvolvimento do país se processe racionalmente e, com metas de longo prazo, a serem cumpridas em tempos determinados.

O multimilionário arménio, Calouste Gulbenkian, grato pela hospitalidade portuguesa e pela afabilidade do povo português oferece a Portugal uma Fundação, de nível mundial, com o seu nome, destinada a proteger as artes, as ciências e os mais carenciados.

A entrega de Salazar ao país era total. A sua honestidade exemplar. Mas o país nem sempre aceitou, de bom grado, a condução paternalista de um homem só obcecado em trabalhar e poupar.

Em 1958 há eleições para a Presidência da República. Salazar embora apoiasse o Almirante Américo Tomás, quer mostrar independência. A oposição apresenta o general Humberto Delgado e o advogado Dr. Arlindo Vicente, pintor e crítico de arte.

O General Humberto Delgado era um homem do regime. Era adjunto militar da Legião Portuguesa, Procurador à Câmara Corporativa, adido militar e aeronáutico em Washington, Catedrático da Escola do exército, director-geral da Aeronáutica Cívil e tinha sido comissário adjunto da Mocidade Portuguesa. Salazar não se lhe oporia, porque certamente ele seguiria a mesma política com alguns benefícios para as populações.

Humberto Delgado poderia ter ganho as eleições. Os seus comícios foram bastante concorridos. Teve a infelicidade de responder desastradamente a um jornalista que lhe perguntou o que sucederia ao Dr. Oliveira Salazar, caso ganhasse as eleições. Humberto Delgado retorquiu: "Obviamente, demito-o." Esta falta de tacto político fez perder, ao voluntarioso general, as eleições. Custou-lhe a carreira e, mais tarde, a vida.

No ano seguinte, o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes foi a Roma. É impedido de entrar em Portugal por ter escrito a Salazar, criticando-o.

A 30 de Dezembro de 1959, Portugal entra para a EFTA, Associação de Comércio Livre. Em 1960 é aceite pelo BIRD, Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento e pelo FMI, Fundo Monetário Internacional.

Em 1961, tudo parece desmoronar-se à volta deste homem. Em Janeiro de 1961, o comandante Henrique Galvão toma de assalto o paquete "Santa Maria" para chamar a atenção do mundo sobre a falta de liberdades políticas que enfermavam o País. Em Fevereiro e Março começam os assaltos a esquadras de polícia em Luanda e os assassínios dos colonos que viviam perto da República do Congo. Em Abril, o general Botelho Moniz, ministro da Defesa, tenta um golpe de Estado. Descoberto no momento exacto em que ia ordenar às forças armadas para actuarem, foi demitido. A finalizar o ano, em 18 de Dezembro, a Índia ocupa, pela força, os territórios de Goa Damão e Diu.

Salazar ordena a sua defesa a qualquer preço. Os militares não podiam acatar a intimação. Os indianos eram largos milhares. Seria uma carnificina inútil e injustificada. Salazar deixou-os ficar prisioneiros largos meses. Quando regressaram, demitiu todos os oficiais do quadro a partir da patente de capitão.

A finalizar o ano, a PIDE assassinou, acidentalmente, o escultor José Dias Coelho que tinha pertencido ao MUD juvenil e ao PCP.

Em 1962, uma greve de protesto de estudantes Universitários é reprimida pela polícia de choque. Marcello Caetano, reitor da Universidade Clássica de Lisboa, demite-se do cargo por discordar do procedimento.

As possessões ultramarinas, criadas e colonizadas ao longo de mais de 450 anos, únicas ainda não independentes, após a independência das britânicas, francesas, espanholas, belgas, holandesas, começavam a luta de libertação.

A década de sessenta ficou marcada pelos conflitos ultramarinos e pela sangria da população mais qualificada que procurava, numa Europa em franca expansão, e no resto do mundo, melhores condições de vida.

As dificuldades de obtenção de passaporte ou contratos de trabalho foram superados com a passagem das fronteiras "a salto" e a criação de barracas no estrangeiro, mormente em França, onde tomavam o nome de "bidonvilles".

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