Em 1887 -1888 Paiva de Andrade, Victor Cordon e António Maria Cardoso percorrem a África. Fazem-se Tratados com a França e Alemanha para salvaguardar a região compreendida entre Angola e Moçambique.

Em 1888 aparece a público outro dos mais prestigiados jornais portugueses: o "Jornal de Notícias."

D. CARLOS - O MARTIRIZADO

(reinou de 1889 a 1908)

D. Carlos, logo no início do reinado teve de se defrontar com a ameaça de uma guerra que não estávamos preparados para suportar. A Grã - Bretanha acusa-nos de termos invadido uma zona que lhe pertence entre Angola e Moçambique. (Nas cartas estava marcada a rosa e daí o nome de Mapa Cor-de-Rosa). Não era verdade. João de Azevedo Coutinho e Serpa Pinto tinham assinalado a região. O Governo de Londres envia-nos um Ultimato para abandonarmos aquela região, caso contrário, os representantes ingleses, em Lisboa, deixariam o país. Era a declaração de guerra.

Reunido o Conselho de Estado resolveu-se satisfazer a iníqua pretensão. Foi um ultraje a que o rei respondeu com a devolução de todas as condecorações inglesas.

O Ultimato veio alertar para a insuficiente ocupação dos territórios Africanos, pelos portugueses.

Nos finais do século XIX, pouco mais tínhamos que três milhões de habitantes e, apesar de roubados por ingleses, franceses e holandeses ainda continuávamos espalhados por quatro quintos do mundo.

Por causa do Ultimato, Alfredo Keil, compôs "A Portuguesa". Foi reconhecida como o hino nacional a seguir à proclamação da República.

Em 1890 suicida-se um dos maiores romancistas portugueses, Camilo Castelo Branco.

A 31 de Janeiro de 1891 é sufocada uma revolta republicana no Porto.

Em 1895, Eduardo da Costa, Aires de Ornelas, Caldas Xavier, Paiva Couceiro, Coronel Galhardo e Mouzinho de Albuquerque pacificam Moçambique.

Em Outubro de 1892, em virtude da miséria que grassava no país, a duquesa de Palmela funda as cozinhas económicas, com a finalidade de fornecer refeições gratuitas ou a preços reduzidos.

Em 1893, para obviar ao despovoamento do Alentejo, são instaladas colónias agrícolas nos terrenos do Estado.

Em 1894 é criada a primeira fábrica de cimento em Alhandra.

Em Angola, Massano de Amorim, Teixeira Coutinho e João de Almeida impõem a nossa presença.

Em Moçambique, o destemido e poderoso régulo vátua, Gungunhana (o Invencível) rei de Gaza, apoiado pelas autoridades inglesas, consegue amotinar os indígenas contra a jurisdição portuguesa.

António Enes é nomeado Comissário Régio. Com ele vão Caldas Xavier, Aires de Ornelas, Freire de Andrade, Paiva Couceiro e Mouzinho de Albuquerque.

Em 1895, milhares de landins atacam os nossos soldados em Marracuene. São vencidos. Acontece-lhes o mesmo em Magul e Coolela. Mouzinho de Albuquerque prende o enérgico régulo, em Chaimite. Gungunhana é desterrado para os Açores.

Em 18 de Agosto de 1897 morre o Dr. Sousa Martins.

Em 1899, a rainha D. Amélia, mulher de D. Carlos, funda a Assistência Nacional aos Tuberculosos (ANT).

A Inglaterra e a Alemanha começam a maquinar o roubo dos territórios portugueses, mas os Bóers (camponeses brancos, de origem holandesa) atacam as tropas Inglesas. Estas vêem-se em sérias dificuldades para os conter. Fazem com o Governo Português o Tratado de Windsor pelo qual as tropas inglesas poderiam passar por Lourenço Marques e pela Beira. A Inglaterra compromete-se a reconhecer e garantir a integridade de Portugal metropolitano e ultramarino.

Em 1900, perante o avolumar da dívida externa, o deputado José Bento Ferreira de Almeida, propõe a venda das colónias, com excepção de Angola e S. Tomé.
Em 1905, D.Amélia funda o museu dos Coches.

Em 1907, o General João de Almeida pacifica os Dembos, fixa a fronteira meridional de Angola e, como Governador, realiza uma obra notável no campo educativo, administrativo e económico.

No País, os partidos não se entendem. Os republicanos aproveitam as dissenções para desacreditar o Rei e a Monarquia

Em 10 de Maio de 1907, o rei substitui, na presidência do Ministério, Hintze Ribeiro por João Franco (do partido Regenerador). Depois de muita hesitação, autoriza João Franco a encerrar o Parlamento e a governar em ditadura.

Surgem inúmeros protestos. A 28 de Janeiro de 1908 a policia descobre uma conjura e são presos Afonso Costa, António José de Almeida, Egas Moniz, João Chagas e Luz de Almeida. Quatro dias depois, Alfredo Costa e Buiça assassinam o Rei D. Carlos e o príncipe Luís Filipe.

D. MANUEL II - O DESVENTUROSO

(reinou de 1908 a 1910)

A revolução está em marcha. João Franco é demitido e substituído pelo almirante Ferreira do Amaral.

Em Abril de 1908 os republicanos aumentam o número de deputados e ganham a Câmara de Lisboa.

Os monárquicos, em vez de se unirem, confrontam-se, acusam-se mutuamente, perdem-se em intrigas.

A intriga, a inveja, e os interesses pessoais continuam a fazer de Portugal um País à deriva. Mas a imbecilidade interesseira tem limites. Ninguém benefícia seja o que for dos milhões que tenha subtraído dos cofres do Estado. Não podemos vestir mais do que um fato, não calçamos mais do que uns sapatos e não podemos comer mais do que o estômago comporte. Isto para dizer que o dinheiro em quantidade exagerada, e sem se reproduzir em rendimento para toda a sociedade, é dinheiro inútil. Pensa nisto. Portugal ama-te muito para que tu o enganes. Assim como tu o amares, assim ele protegerá as futuras gerações; os teus filhos, netos, bisnetos...

Voltemos à história.

Os republicanos aproveitam a desorientação. Os ministérios sucedem-se uns aos outros. O rei é muito jovem. Não está preparado para governar e não tem quem o aconselhe capazmente.

A 3 de Outubro de 1910, o Dr. Miguel Bombarda é assassinado por um oficial do exército, atacado de loucura.

A revolução republicana começa a 4 de Outubro de 1910. Um dos chefes, Cândido dos Reis, tendo pensado que o golpe tinha falhado, suicida-se.

D. Manuel II vai para a Ericeira. No dia 5 parte para o exílio.

PRIMEIRA REPÚBLICA

Dos Paços do Concelho é proclamada a República por José Relvas. Foi ministro das finanças. Deixou como legado, ao povo português, um extraordinário museu: a "Casa dos Patudos", em Alpiarça.

É constituído um Governo Provisório, presidido por Teófilo de Braga, (1843-1924) nasceu em Ponta Delgada, do qual fazem parte António José de Almeida, Basílio Teles, Bernardino Machado, António Xavier Correia Barreto (inventor da pólvora sem fumo usada no exército português), Afonso Costa, António Luís Gomes, Amaro Justiniano, Azevedo Gomes, Brito Camacho.

A Assembleia Constituinte tem 229 membros e reúne-se pela primeira vez, passados nove meses. Decreta: 1º Fica para sempre abolida a monarquia e banida a dinastia de Bragança. 2º A forma de Governo de Portugal é a da República Democrática. É decretado o direito à greve, a separação da Igreja do Estado, as Ordens monásticas são expulsas. O ensino torna-se laico. São encerradas algumas igrejas. É promulgada a Lei do Divórcio. São criadas as Universidades de Lisboa e Porto.

Columbano Bordalo Pinheiro idealiza a Bandeira Nacional.

Aparecem três partidos: Democrático (respeita a vontade do povo), Evolucionista (acredita na transformação gradual de uma ideia), Unionista (os que partilham das mesmas ideias

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