| Afonso VI, rei de Leão e Castela, tinha grandes dificuldades em governar os seus Estados. 
Os mouros ou sarracenos (árabes) ocupavam todo o sul da península e atacavam 
frequentemente os reinos cristãos.
 Numa destas lutas o rei foi ajudado por dois fidalgos Borgonheses: D. Raimundo e D. 
Henrique. Como recompensa, Afonso VI deu a D. Raimundo, a mão de sua filha D. Urraca e o 
Governo da Galiza (a Galiza fazia parte do reino de Leão). A D. Henrique deu-lhe, em 1096, a 
filha bastarda, D. Teresa, e o Condado Portucalense.
 O Condado ficava sob a dependência da Galiza e abrangia  terras desde o Minho ao Tejo.
 Os seus limites a oriente eram o Douro e o Côa; a sul, uma linha entre o Mondego e o Zêzere.
 Estes limites variavam muito. Umas vezes, os donos das cidades eram os mouros, outras 
os cristãos. Assim, iremos assistir a conquistas de terras que já tinham pertencido ao 
Condado Portucalense e que os mouros voltavam a ocupar.
 Quem lá habitava submetia-se ao vencedor. Muitas vezes os cristãos mantinham a 
religião, mas os seus hábitos mudavam tanto que pareciam árabes e por isso tomavam o 
nome moçárabes. Outras vezes eram os árabes que aceitavam as regras dos cristãos vencedores 
e recebiam o nome de mudéjares.
 Os judeus preferiam professar a sua religião e fingir que tinham outra. A estes 
chamavam-se criptojudeus.
 Nesta altura estão a decorrer as 
Cruzadas. As cruzadas eram expedições militares à 
Terra Santa com a finalidade de libertar o túmulo de Cristo e os cristãos que aí viviam. A 
primeira cruzada pregada por Pedro, "o Eremita" foi um desastre. Os turcos mataram todos os 
peregrinos que apareceram. A Segunda foi organizada pelos cavaleiros e grandes senhores. 
Esmagaram os turcos, tomaram Jerusalém e proclamaram rei Godofredo de Bouillon.
 As cruzadas foram nove. A partir dos finais do século XIII, os árabes tomaram conta 
dos Lugares Santos, até 1948, quando se dá a criação do Estado de Israel e 
os judeus passaram a ocupar esse espaço.
 Portugal beneficiou bastante com a passagem e a fixação de alguns cruzados no seu território.
 D. Henrique outorga foral a Guimarães e escolhe-a para residência e 
capital do Condado.
 O primeiro passo para a autonomia situa-se em 1097.
 D. Henrique começa a colocar a sua gente, que era muito pouca, nos lugares mais 
vulneráveis, de modo a impedir as surtidas dos mouros. Ao mesmo tempo insiste, com o primo 
Raimundo e com o rei, para que o Condado Portucalense tenha maior autonomia.
 Em 1105 faz com D. Raimundo o 
Pacto Sucessório pelo qual, por morte de Afonso VI, 
ele ajudava-o a tornar-se o sucessor do sogro, em Leão e Castela. Em contrapartida, D. 
Henrique tornava-se independente recebendo, além do Condado Portucalense e do Condado de 
Coimbra, a Galiza ou uma parte dos territórios de Toledo.
 Por esta época, a Igreja era o árbitro nas grandes decisões. D. Henrique, como familiar 
do abade de Cluny (Borgonha-França) tenta aproveitar essa circunstância para atingir os 
seus objectivos. Coloca à frente das dioceses de Braga e Coimbra dois monges franceses. 
Isenta-os de Impostos e dá-lhes autorização para concederem forais (leis particulares que 
outorgavam privilégios à população).
 Em 1112 D. Henrique oferece, a D. Maurício, Braga e o respectivo couto (lugar de asilo 
e refúgio). Em 1120 D. Teresa faz o mesmo a D. Hugo, bispo do Porto, dando-lhe o burgo e 
o couto. 
 Estas generosas dádivas eram a melhor maneira de agradar à Santa Sé.
 Sem a bênção do Papa, nenhum território alcançava a independência.
 D. Raimundo morre em 1107 e Afonso VI em 1109. A partir deste momento, D. 
Henrique proclama-se Conde e senhor de Portugal, pela graça de Deus.
 Em 1111 nasce o filho, Afonso Henriques.
 Tudo corre à feição dos seus desejos, mas os sarracenos atacam. D. Henrique para se 
defender deles, não pode impor-se perante a Galiza, Leão e Castela.
 Morre em 1114, sem concretizar o sonho. A mulher toma conta do Governo e intitula-se 
 "Rainha Teresa de Portugal".
 D. Teresa utilizou o instinto político para consolidar a autonomia do Condado, 
aproveitando-se das desavenças entre os seus parentes da Galiza, Castela, Leão e Aragão.
 1ª DINASTIA
 D. Afonso Henriques - 1128-1185 
  _______________ D. Dinis ------ 1279 - 1325 D. Sancho I - 1185 - 1211______________________D.Afonso IV-- 1325 - 1357
 D. Afonso II - 1211 - 1223_____________________ D.Pedro I------1357 - 1367
 D. Sancho II - 1223 - 1245_____________________ D.Fernando----1367 - 1383
 D. Afonso III - 1245 - 1279__________________________________________
 
 INTERREGNO 1383-13852ª DINASTIA
 
 D. João I ____1385-1433______________________ D. Manuel I ------- 1495-1521
 D.Duarte ____1433-1438______________________ D. João III--------- 1521-1557
 D. Afonso V_ 1438- 1481______________________ D.Sebastião-------- 1557-1578
 D.João II____1481- 1495______________________ Cardeal D.Henrique 1578-1580
 
 CRISE SUCESSÓRIA3ª DINASTIA
 
 Filipe II_____ 1581-1598_______________________ Filipe IV------- 1621-1640
 Filipe III_____1598-1621____________________________________________
 
 4ª DINASTIA
 
 D.João IV___1640-1656________________________D.Miguel-------1826-1834
 D.Afonso VI_ 1656-1683________________________D. Pedro-------1834-1834
 D.Pedro II___1683-1706 ________________________D.Maria II----- 1834-1853
 D.João V____1706-1750________________________D. Pedro V-----1853-1861
 D.José _____ 1750-1777________________________ D.Luís----------1861-1889
 D.Maria I____1777-1816________________________D.Carlos--------1889-1908
 D.João VI___ 1816-1826________________________D. Manuel II---- 1908-1910
 
 
 
  
             D. 
              AFONSO HENRIQUES - O CONQUISTADOR 
               
              1111-1185 
             (reinou 
              de 1128 a 1185)
             
 Aos 16 anos arma-se a ele próprio cavaleiro em Zamora. Tenta impor-se perante a mãe. 
Ela resiste, ele não cede e Afonso VII, rei de Leão, veio cercá-lo a Guimarães para lhe 
abrandar o carácter. 
 Egas Moniz, que tinha sido aio de D. Afonso Henriques, e era seu alferes-mor, perante 
a situação difícil do seu pupilo, vai ao rei de Leão e promete-lhe que o jovem Afonso 
lhe prestaria vassalagem. Ele não prestou. Egas Moniz e a família foram, de corda ao 
pescoço, junto do rei para pagarem com a vida a promessa não cumprida. Afonso VII não aceitou o
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