O Duque da Terceira sobe ao poder em Abril de 1836. Cartistas (apoiantes da Carta Constitucional) e Vintistas (apoiantes da revolução de 1820) continuam a não se entender.

A Guarda Nacional intervém. Obriga a rainha a revogar a Carta Constitucional e a repor a Constituição de 1822.

Perante a insurreição diária em que Portugal vivia, a França e a Inglaterra, pensam intervir.

A rainha deixa o Palácio das Necessidades, vai para Belém. Há um golpe de Estado (Belenzada) contra o Setembrismo (referente à revolução de Setembro de 1836). Passos Manuel (Manuel da Silva Passos foi ministro do reino. Governa em ditadura. A ele se deve o desenvolvimento do ensino) opõe-se com alguns revolucionários. Sá da Bandeira forma governo. São Convocadas as Cortes Constituintes.

Começa a primeira Reforma Geral do Ensino.

São criados liceus onde os alunos aprendem a teoria e a prática que os levará às universidades ou ao mercado de trabalho. Em Lisboa e no Porto são criados os Conservatórios de Artes e Ofícios. Mais tarde serão fundados, em Lisboa, o Instituto Agrícola e o Instituto Industrial.

A Constituição é jurada em Abril de 1838. Sá da Bandeira demite-se.

Em 1839, Alexandre Herculano, é designado director-geral para as Bibliotecas da Ajuda e Necessidades.

Em 1841 é nomeado o primeiro reitor leigo da Universidade de Coimbra. Começa a secularização do ensino.

Em Janeiro de 1842, Costa Cabral faz mais um pronunciamento militar; restabelece a Carta Constitucional. É indicado para ministro do Reino e governa em Ditadura até 1846. O país beneficia de acalmia. São abertas estradas, é elaborado o novo Código Administrativo. São criadas obras de assistência. A lavoura ganha um novo impulso.

Neste ano de 1846, é iniciado no Minho uma sublevação popular contra a proibição dos enterramentos nas igrejas. Esse levantamento ficou conhecido por Maria da Fonte. Na segunda fase toma o nome de Patuleia.

A luta tomou tais proporções que D. Maria II pediu a intervenção estrangeira para acabar com a revolta. Entraram em Portugal tropas espanholas, francesas e inglesas. A luta terminou em 30 de Junho de 1847 com a assinatura da Convenção de Gramido a qual aceitava a rendição da Junta Patriótica do Porto, acabava com a guerra civil, ficando o general espanhol Concha e o seu exército no Porto.

É publicada a lei contra a liberdade de imprensa. É a célebre Lei das Rolhas.

As forças estrangeiras de intervenção aceitam um governo liderado pelo Duque de Saldanha e por Costa Cabral. Pouco tempo depois, desentendem-se. Costa Cabral fica só. Passado pouco tempo, o Duque de Saldanha, com um contra-golpe, em 1851, toma o poder, chama Fontes Pereira de Melo. Começa o período conhecido por Regeneração. É um movimento contra a maneira de governar de Costa Cabral. Tem o apoio de Alexandre Herculano.

O Governador de Timor, Lopes da Silva, cede metade do território aos holandeses. É preso por esta atitude.

São uniformizados os pesos e as medidas.

Em 1852 dá-se a reforma da Carta Constitucional pelo Acto Adicional, o qual mudava as eleições de indirectas em directas, reforma o sistema administrativo das colónias e abole a pena de morte para os crimes políticos. Começa, um trabalho profícuo que havia de se estender por alguns anos.

Em 1853 é emitido o primeiro selo português.

D.PEDRO V - O ESPERANÇOSO

(reinou de 1853 a 1861)

O Rei, recebe de seu pai, D. Fernando de Saxónia Coburgo-Gota, o Governo, dois anos depois de a rainha falecer de parto do seu décimo primeiro filho.

Chamo a atenção para D.Fernando II. Como era um homem muito culto soube preservar o nosso Património Monumental. Mandou ainda construir o Palácio da Pena em Sintra e foi convidado para ser rei da Grécia e mais tarde de Espanha. Não aceitou. Preferiu viver em Portugal.

D. Pedro V, desde a primeira hora, mostrou uma inteligência brilhante e um coração do tamanho do país.

Pelas Leis de 1856 e 1858 é abolida a escravatura nas colónias.

Embora haja algumas mudanças de ministérios, o país continua a caminhada para o progresso. É inaugurado o Caminho de Ferro de Lisboa ao Carregado em 1856, do Leste e do Sul e Sueste. O primeiro traçado do cabo submarino entre Lisboa e a América do Norte fica delimitado. É assinado o contrato para a construção das primeiras linhas telegráficas. É criado o Observatório Astronómico da Ajuda, em Lisboa. O rei funda o Curso Superior de Letras. Aparece a Associação Industrial Portuguesa.

Depois das catástrofes provocadas pelos homens, também os elementos puseram à prova a resistência de um povo que tivera a ousadia de ser o primeiro a devassar mares desconhecidos e a encontrar terras esquecidas no tempo.

Durante o Governo de D. Pedro V, Portugal sofre de chuvas torrenciais, tremores de Terra e uma epidemia de cólera e de febre amarela. O rei, incansável, visita hospitais. Acaba por contrair a doença. Morre aos 24 anos.

D. LUÍS I - O POPULAR

(reinou de 1861 a 1889)

D. Luís I era irmão de D. Pedro V. Veio de França para ocupar o trono. Era também um rei muito culto e, apesar dos seus poderes serem limitados devido ao regime parlamentar, ele tentou dirimir os conflitos dos primeiros tempos sem por em causa os direitos e liberdades adquiridos.

Antero de Quental, Alberto Sampaio e José Falcão criam a Sociedade do Raio, como forma de protesto contra os valores conservadores da Universidade.

Em 1862, José Anselmo Braamcamp expulsa as irmãs da Caridade e extingue os morgados (propriedades que não podiam alienar-se ou dividir-se. Passavam sempre para o filho primogénito).

Em 1864 aparece a público um dos mais conceituados jornais portugueses: o "Diário de Notícias".

Em 1866, o ultra-romantismo é contestado por Antero, Teófilo de Braga e outros, em oposição a António Feliciano de Castilho. Vai dar origem à Questão Coimbrã.

Em 1871 as Conferências Democráticas do Casino, organizadas por Antero de Quental, Augusto Soromenho, Eça de Queirós, Adolfo Coelho, Oliveira Martins, Batalha Reis, Manuel Arriaga, José Fontana aproveitam os temas (política, literatura, sociologia, crítica) para espalhar as ideias republicanas. O Governo proíbe-as. A semente vai germinar sem grandes pressas.

Em 1875, Luciano Cordeiro funda a Sociedade de Geografia.

Em 1876 os partidos reformista (preconizava a reforma da Carta Constitucional) e histórico fundem-se.

Experimenta-se o rotativismo (alternância no poder dos partidos) entre o partido progressista (favorável ao progresso) e regeneradores (refazer o que estava destruído).

Em 1878 é eleito o primeiro Deputado Republicano.

Entre 1879 e 1882, Rosa Araújo, rasga a Avenida da Liberdade em Lisboa. Gasta aí toda a sua fortuna. Morre pobre.

Em 1885, a Carta Constitucional é modificada pelo Acto Adicional que a torna ainda mais liberalista.

Em África, os exploradores portugueses Hermenegildo Capelo, Serpa Pinto e Roberto Ivens, percorrem os sertões e assinalam a presença portuguesa.

A 26 de Fevereiro de 1885, a Conferência de Berlim reune todas as potências interessadas no comércio da África Ocidental. Aí definem-se as formalidades a cumprir para que as ocupações em África se pudessem considerar efectivas.

A Bélgica, com a desculpa de combater o tráfico dos escravos, cria a Associação Internacional Africana. A Convenção de Berlim entrega-lhe o Estado Livre do Congo sob a autoridade de Leopoldo II. Isso representou um esbulho aos nossos direitos. Estávamos no Congo desde o século XV. Nada pudemos fazer.

Conhecidas as riquezas africanas, os estados europeus usam todos os estratagemas para se apoderarem de territórios que pertenciam aos portugueses.

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