N
Olha-me bem. Olha-me bem nos olhos. Percepciona o que eles dizem E diz-me se não sentes Que tu a ti mentes E que tens sensações que se contradizem? Olho-me eu nos teus. E vejo-os tão profundos Tão doces de tanto querer. Desejos ardentes a despontar, Sonhos futuros reais a nascer, Imagens passadas a fenecer E eu misturado nessa amálgama Beijo-os. Loucamente a mim estreitando-te Vejo que só te encontrei para amar, Sinto que sonho ao apareceres, Vendo e sentindo, não te quero perder. Ó minha fada boa, ó minha estrela, Ama como eu te amo loucamente E no mundo modificarás a mente, Do que lançado na Terra a gravitar Circula em torno de ti e do teu olhar Até ao dia em que o teu eu Para o meu eu se encaminhar.
Lisboa
LIS
Possuir-te, querer-te, num desejo louco De ter o teu corpo colado ao meu. Esquecer que sou católico e ser ateu Neste momento para mim é pouco.
Gritar bem alto até ficar rouco Que esse corpo, que era há pouco teu, Me pertence, que não sou moiro ou judeu Mas por te amar de loucura me touco.
Desfazer-te em meus braços, entrar em ti, Possuir-te como ninguém possuí E amar como jamais se amou.
Mas sei, que não me queres, ou que me queres, Sei lá, tudo são caprichos de mulheres, E por caprichos a minha fé apagou.
Sintra |
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