LIBERDADE

Deixa-me ser como sou

Mundo perdido.

Ser como vós hipócritas.

E ser escravo de tudo

E ser escravo de todos

Pois assim o desejais.

Ser menos que vós.

Ser irrisório, ser porco,

Ser vil e não ser nada.

Engano.

Serei sim como vós

Quando morrer.

Mas antes de o ser,

Ouvireis meus gritos brutais

A terra estremecer.

E que não os ouçais,

Que me importa

Se eu grito!

Importa bem o sabeis,

Mas continuais vossas leis

E não quereis saber da razão.

E aqueles que fingem tê-la?

E aqueles que a têm

Porque do mundo não vêem

O bom caminho a seguir?

Porque havemos de ser lobos,

Lobos uns dos outros?

Fazei o que quiserdes,

Mas deixai o meu caminho;

Deixai-mo percorrer sozinho

À procura da verdade.

Serei lunático, mas não descrente

Serei apático mas não demente,

Disso estou certo.

E a missão será cumprida

Nem que nela perca a vida.

E vós… deixai a alheia,

Melhorai a vossa,

Comigo podeis contar

Até desfazer o Nó…

Que procuro.

Lisboa

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