LIBERDADE
Deixa-me ser como sou Mundo perdido. Ser como vós hipócritas. E ser escravo de tudo E ser escravo de todos Pois assim o desejais. Ser menos que vós. Ser irrisório, ser porco, Ser vil e não ser nada. Engano. Serei sim como vós Quando morrer. Mas antes de o ser, Ouvireis meus gritos brutais A terra estremecer. E que não os ouçais, Que me importa Se eu grito! Importa bem o sabeis, Mas continuais vossas leis E não quereis saber da razão. E aqueles que fingem tê-la? E aqueles que a têm Porque do mundo não vêem O bom caminho a seguir? Porque havemos de ser lobos, Lobos uns dos outros? Fazei o que quiserdes, Mas deixai o meu caminho; Deixai-mo percorrer sozinho À procura da verdade. Serei lunático, mas não descrente Serei apático mas não demente, Disso estou certo. E a missão será cumprida Nem que nela perca a vida. E vós deixai a alheia, Melhorai a vossa, Comigo podeis contar Até desfazer o Nó Que procuro.
Lisboa |
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