O CEGO
Descobrir a natureza Vê-la, encontrá-la com o olhar. Apalpar olhando: o belo sublime. Tudo quanto nos rodeia Tudo quanto nos envolve. É maravilhoso, magnifico, É talvez algo etéreo. Mas ser cego. Ter a noite interior, Descobrir nos escuros recantos Tudo quanto os outros procuram, Tudo quanto intimamente desejam Sem terem vontade de realizar, É mais, é ser diferente, É como realizarmos outra gente É como se fossemos outro mundo a lutar; É faltar o brilho no olhar E encontrá-lo dentro, no interior. Ser cego. É tudo quanto desejo, quanto aspiro, É olvidar o bafio que respiro, É esquecer que vivi neste mundo, É sem me encontrar me encontrar. É viver e me libertar.
Penamacor |
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