Este País é uma realização harmoniosa da Natureza. Isto significa muito. A beleza, a educação, o conhecimento são as armas do sucesso. Você só não tem tudo porque não usa a inteligência e a força do trabalho. Portugal e toda a União Europeia estão de braços abertos à sua espera.

Em Portugal aproveite tudo o que as leis e o Estado lhe permitem para, mesmo sem governantes ou quando eles falham, você construir solidamente a sua vida, o futuro dos seus descendentes e o futuro do seu País.

A escola é a sua base de sucesso. Sem escolarização você não vai a lado nenhum e continua escravo.

Quando um Governo reconhece que é impossível melhorar as qualificações de 3,1 milhões de adultos, em matéria de educação e formação, até 2010 para atingir os objectivos da União Europeia mostre-lhe que o impossível não existe.

Através da Televisão e com o suporte dos nossos empresários, que também querem gente melhor qualificada, você pode provar ao Estado que a sua inteligência supera a fraca qualidade de quem está sempre hesitando.

Até 2010 e com o apoio das televisões, de professores reformados e dos professores excedentários a meta dos 3,1 milhões é perfeitamente alcançável e podem-se mesmo atingir os 4,3 milhões de portugueses que podem reduzir a zero a iliteracia e aumentar o conhecimento a níveis europeus. Falo por experiência própria. No ensino particular tive vários alunos que fizeram cinco anos num ano de ensino e sete anos em dois. Eram adultos. Ao adoptar as técnicas modernas tudo pode ser melhorado. Lembro-me que um ex - administrador da Fábrica do Prado, o senhor Augusto Góis, homem que subiu a pulso todos os degraus da vida, aprendeu em três meses Inglês e Francês, hoje fala fluentemente estas línguas. A proprietária do Aviário de Santa Cita, D. Manuela, aprendeu Inglês em três meses para importar frangos dos Estados Unidos. Poderia citar dezenas de outros. Isto antes do 25 de Abril.

Felizmente que a língua Inglesa vai ser obrigatória a partir dos oito anos. Para o português aprender qualquer língua é de uma simplicidade tremenda. As línguas aprendem-se do mesmo modo que se ensina a falar uma criança de dois anos. Não há gramática. A gramática só entra no final, depois da estrutura estar montada e bem escorada.

Na Escola de Santa Maria do Olival sofri inspecções do Ministério da Educação porque passava alunos que reprovavam às outras disciplinas. Avaliados os alunos, com testes para me acusar, chegaram à conclusão que estavam aptos para passar em língua francesa. Nunca me importei nem dei importância ao que alguns atrasados mentais não entendiam. Só faço o que me dá prazer e beneficia os outros. Sou português. Por mim vejo como é difícil ser orientado por gente que usa palas nos olhos. E não falo nos governantes, falo naqueles que emperram o andamento do progresso porque aprenderam de uma maneira e depois, para eles, o mundo parou. Aqui também estão os culpados pelo país se tornar ingovernável. Hoje a aprendizagem tem de ser diária. Quem não ler jornais, ouvir rádio, vir televisão e não souber mexer num computador está sempre a atrasar-se em relação àqueles que utilizam estes meios de conhecimento e de trabalho.

Desenterro estes factos, que estão numa autobiografia, a publicar lá para as calendas gregas, para mostrar como somos e do que somos capazes. Entrei nos diferentes bastidores e destapo uma ponta do iceberg, mas se o País precisar irei mais fundo até encontrarmos a raiz do mal e a extirparmos.

Antes do 25 de Abril os professores não entendiam os alunos e os alunos desinteressavam-se daquela pepineira, hoje não estamos melhores, mas tudo pode mudar de repente. Eu acredito muito nas novas tecnologias e nos seus milagres. Basta acreditar e trabalhar.

Se o Governo que aí vier não conseguir revolucionar as mentalidades das corporações instaladas é porque lhe interessa, é porque teima em privilegiar a ignorância, patrocinar a ignorância, proteger os amigos em desfavor da competência e do trabalho.

Uma jovem portuguesa, Carla de Almeida, que fez toda a sua educação em Inglaterra, onde os pais trabalham, ao vir, através de intercâmbio, para uma Universidade Portuguesa imediatamente detectou o falhanço do nosso ensino. Na Universidade os estudantes ainda continuam a ser proibidos de pensarem por eles. Se o fazem são penalizados. Isto acaba por lhes criar atitudes passivas e negativas. Os alunos são proibidos de analisar e pensar por eles próprios. Têm de continuar a decorar o que vem nos livros ou aquilo que o professor debita.

Neste momento a Carla está a trabalhar num livro sobre a mais antiga profissão do mundo e fá-lo com a liberdade que a Universidade Inglesa lhe ensinou a privilegiar.

O que a Carla me contou fez-me lembrar o que aconteceu comigo. Como reprovei no (antigo) quinto ano, resolvi, no ano seguinte, fazer o sexto e sétimo num ano. O jovem que, em dois meses, me deu latim e grego era um ex-seminarista. Entrou para a faculdade e enquanto as minhas notas rondavam o 13 a latim, ele não passava de dez porque teve o arrojo de chamar a atenção da professora para várias falhas na matéria que ensinava. Resultado, abandonou a Universidade.

Hoje em dia, o magister dixit, continua a imperar. As corporações estão instaladas. Se o Governo não tiver coragem para as desbancar alguém terá de o fazer.

Acreditemos em Ján Figel, Comissário Europeu da Educação, Formação, Cultura e Multilinguismo, quando diz:

" O conhecimento é a chave do futuro."

Mais adiante, na entrevista que concedeu a João Pedro Oliveira, DN de 27 de Dezembro de 2004, sublinha:

"A criação do espaço europeu de ensino é o grande objectivo"

..."Temos de ter sistemas de educação comparáveis e compatíveis"...

..." Precisamos de transparência e mobilidade"

... " O Europass, será lançado em Fevereiro." - O Europass é um currículo europeu preenchido online e reconhecido e legível em todo o espaço europeu.

... "Queremos chegar aos 150 mil estudantes envolvidos em projectos Leonard da Vinci."

... "Passar de um milhão para três milhões de estudantes envolvidos no programa Erasmus até 2011."

A terminar, Ján Figel, fá-lo com chave de ouro:

"A resposta da UE tem de ser a formação vocacional e educação ao longo da vida. Já não chega o ensino secundário ou um curso superior. É necessária formação permanente".

No site O Ploteus _ www.ploteus.net _ encontra todos os sistemas de ensino da UE, assim como todas as possibilidades para estudar em cada um deles.

Salientei estes passos, separando-os, para que eles martelem bem a cabeça de todo e qualquer cidadão, de pais, alunos, professores e Governo.

O nosso ensino foi sempre o calcanhar de Aquiles.

Portugal nunca foi transparente no campo da instrução. As Instituições académicas foram sempre muito débeis, tão débeis que os alunos as sacodem. Eu vi por mim. Rejeitava. Sacudia a lengalenga.

É inacreditável como este País, que teve a sua primeira escola pública em 1269, no mosteiro cisterciense de Alcobaça e que em 1835 seja declarada a escolaridade obrigatória e tenham sido criados os primeiros Liceus e Institutos, chegue a 1912 com 80 por cento de analfabetos em seis milhões de habitantes e, vergonha das vergonhas, em 2005 ainda tenha 15 por cento de analfabetos em dez milhões de habitantes.

Nem a Primeira República, nem o Estado Novo e ainda menos a Terceira República conseguiu eliminar este flagelo.

O escritor, Manuel Poppe, diz que o grave erro no pós 25 de Abril foi ter-se descurado a Educação e a Investigação.

O português ainda não foi ensinado a raciocinar e a consultar os livros. Os homens da revolução, mesmo sem darem tiros, destruíram tudo o que laboriosa e custosamente estava feito. Acabar com as Escolas Industriais não lembraria ao mais tolo. No entanto foi feito e não houve quem o tentasse impedir.

Continuo a falar para si e para os seus filhos. Você pode saber pouco, mas sabe que é na Escola que está o segredo da sua riqueza e do seu conhecimento. Então sabe que é fundamental ter os seus filhos na Escola desde tenra idade. Nunca os pode deixar desamparados, a viver em roda livre e a só estudarem quando lhes apetece. A vida tem regras. Elas aprendem-se de pequenino. Tem de os orientar com pulso firme. Escusa de lhes bater, basta orientá-los desde o nascimento. Não se esqueça de os deixar brincar, mas nunca perdendo de vista os estudos e que os deveres escolares sejam feitos todos os dias de modo a criar-lhes hábitos de trabalho. Repare nos Alemães, olhe para os Ingleses, olhe para os Suecos, repare nos Finlandeses, olhe para os Judeus, olhe para os Suíços, olhe para os Japoneses, olhe para os Chineses. Tudo povos de trabalho e de conhecimento.

Nas diferentes escadas que os seus filhos têm de subir, tem vários organismos onde pode encontrar resposta às suas dúvidas. O País não está bem, mas nunca me constou que o Ministério da Educação tenha fechado as portas a quem deseje estudar. Contacte-o. Ou precisa que o levem às costas? É fundamental que pense que também tem deveres.

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