políticas).
A 24 de Agosto de1911 é eleito Presidente da República Manuel de Arriaga, (1840-1917) nasceu na
Horta. Tem grandes dificuldades em formar Governo. O Ministério é
chefiado por João Chagas.
A partir de 1911 é instituído o
Registo Civil obrigatório.
O escudo passa a moeda oficial, substituindo o real.
Entre 1910 e 1911 registaram-se 237 greves. Ninguém sabe como lhe pôr termo, apesar da repressão ser violenta.
Em 1912 a carris faz uma greve de 26 dias. Afonso Costa tenta por cobro ao caos.
Os grevistas alcunham-no de racha-sindicalistas.
A população, andava pelos seis milhões de habitantes.
Havia 80 por cento de analfabetos. Aqui estava o pior mal do País e ainda hoje, em pleno século XXI, as Universidades portuguesas teimam em fechar as portas, a ter cursos demasiado extensos,onde abunda a parra e há pouca uva, ou seja, muita teoria e pouca experiência. Em tudo contrários à directiva de Bolonha. Mas os "sábios" insistem em proteger os seus interesses. O Magister dixit da cegueira continua. Sobressaem os alunos que conseguem aperfeiçoar-se em Universidades estrangeiras.
Continuemos a história.
Em 1913 é fechada a casa sindical e presos dezenas de sindicalistas.
Aparece o Integralismo Lusitano que defende uma ideia anti-liberal. Foram seus
principais orientadores: Rolão Preto, António Sardinha, Luís de Almeida Braga.
Em Outubro, de 1913, são criadas escolas móveis, para compensar a falta de edifícios escolares.
A 14 de Maio de 1915 alguns barcos de guerra bombardeiam Lisboa. O Arsenal
rende-se. Os combates são violentíssimos e os mortos às
centenas. O General Pimenta de Castro, que desejava por fim à instabilidade do país, é preso. É substituído por Teófilo Braga.
É eleito, Presidente da República, Bernardino Machado (1851-1944), nasceu no Rio de
Janeiro. Foi Grão Mestre da Maçonaria Portuguesa. Fica no cargo de 1915 a 1917. Tem
como chefe do Governo Afonso Costa.
Estávamos em plena Grande Guerra. O Governo pensa que devemos entrar nela para
assim preservarmos as colónias. A 24 de Fevereiro de 1916 foram aprisionados os navios
alemães que estavam no Tejo. A Alemanha declara-nos guerra.
É decretada a censura para todas as publicações.
São enviadas expedições para França e para África.
O país continua palco de greves, revoltas e atentados.
Em Julho de 1917, e durante 16 dias, é decretado o estado de sítio em Lisboa e arredores.
A 5 de Dezembro de 1917 o Major Sidónio Pais (1872-1918) derruba o Governo, impõe
uma Ditadura militar. Bernardino Machado sai do País. Afonso Costa é preso.
Sidónio Pais tenta a reconstrução nacional. Reata as relações com a Santa Sé. A
liberdade religiosa é assegurada.
A 9 de Abril de 1918 dá-se a Batalha de La Lys. A bravura dos portugueses ficou na
memória dos Alemães que os venceram com enorme dificuldade.
A situação no país continua difícil. A 14 de Dezembro de 1918 José Júlio da Costa
mata Sidónio Pais a tiro.
Por alguns meses fica Canto e Castro (1862-1934) na Presidência da República e
Tamagnini Barbosa na direcção do Governo. As gentes do norte não concordam. Paiva Couceiro
proclama a Monarquia no Porto. É a chamada Monarquia do Norte. Forma-se uma Junta
Governativa. Em Lisboa, alguns oficiais aderem à causa e entrincheiram-se em Monsanto. São
cercados pelas forças do Governo e rendem-se. O sonho monárquico durou menos de um mês.
Em 1919 é eleito Presidente da República, António José de Almeida (1866-1929). Nasceu em Vale
da Vinha (Penacova). Os quatro anos de 1919 a 1923 (foi o único que
conseguiu levar até ao fim o seu mandato na primeira República) vão ser tempos muito difíceis.
Vive-se um período tremendamente exaltado e
anárquico. Entre Julho e Setembro as greves e os ataques aos comboios, com os respectivos descarrilamentos são tantos, que o Governo para acabar com os atentados coloca um vagão, cheio de grevistas, e à frente da máquina.Os guardas, além de os deixarem ali de pés e mãos atados, ainda lhes apontavam as armas para evitar que, mesmo assim tentassem saltar do vagão de caixa aberta onde se encontravam. Em 1920 o Governo muda oito vezes.
As greves são constantes, as bombas o dia a dia, os motins
frequentes.
Em 1921 Aparece a revista "Seara Nova".
Em 19 de Outubro de 1921 a barbárie sai com toda a ferocidade para a rua: uma
camioneta fantasma, conduzida por verdadeiros facínoras, vai buscar às suas casas António
Granjo, Machado Santos, José Carlos da Maia, e o coronel Botelho de Vasconcelos.
Assassinam-nos com uma violência e brutalidade inauditas.
O empobrecimento e o embrutecimento do país é
geral. Ninguém sabe o que quer.
Ninguém se entende. A fome grassa por todo o lado. Por falta de azeite fecham as fábricas de
conservas do Algarve.
Em 1922, Sacadura Cabral e Gago Coutinho efectuam a primeira travessia aérea do
Atlântico Sul; Lisboa-Rio de Janeiro. Gago Coutinho inventa um sextante especial para
navegação aérea.
Em 1923 ascende à Presidência da República, Manuel Teixeira Gomes (1862-1941) nasce
em Vila Nova de Portimão. A situação do país continua
caótica. Cinco bancos vão à falência.
Teixeira Gomes, renuncia ao cargo.
Em 1925, ocupa, de novo, a Presidência da República, Bernardino Machado.
A situação do país passa a
catastrófica. Os presos são às
centenas.
No meio da confusão, Alves dos Reis, leva a efeito a maior burla do século: consegue
comprar um banco com notas falsas e ser accionista em várias Instituições bancárias.
A Liga dos Direitos do Homem protesta contra as deportações sem julgamento.
Os Governos não sabem para onde se voltar. Todos os dias há pronunciamentos; Sinel
de Cordes, Filomeno da Câmara e Raul Esteves fazem um a 18 de Abril deste mesmo ano e, a
2 de Fevereiro de 1926, há uma verdadeira revolta.
Era o começo do fim da Primeira República que tinha sido um somatório de idealismo, instabilidade, ignorância, revoluções, caos e crimes hediondos.
O grupo Seara Nova leva a efeito uma semana contra
o fascismo.
Apesar dos tempos conturbados da primeira República, a inspiração não faltou a
Guerra Junqueiro, Camilo Pessanha, Bulhão Pato, Maria Amália Vaz de Carvalho, Mário de Sá Carneiro, António Sardinha, João Lúcio, António Botto, Bento
Carqueja, Fortunato de Almeida, Fernando Pessoa, Gomes Leal, João Penha, Florbela Espanca, Teófilo Braga, Almada Negreiros, António Feijó, Júlio
Dantas, Amadeu de Sousa Cardoso, Guilherme Santa-Rita, António Ferro e a muitos outros.
SEGUNDA REPÚBLICA - ESTADO NOVO
Em 28 de Maio de 1926, o General Gomes da Costa derruba o Governo presidido por
António Maria da Silva. Bernardino Machado entrega a presidência a Mendes Cabeçadas.
A 22 de Junho é reconfirmada a censura à imprensa.
A 27 de Junho, Gomes da Costa declara-se Presidente da República e do Governo. A 9
de Julho do mesmo ano, é deposto pelo General Óscar Carmona.
O país estava saturado de revoluções e de mortes.
Todos os partidos pedem ao General Óscar Carmona que continue a governar em Ditadura.
Em Março de 1928, o General Óscar Carmona é eleito Chefe do Estado. Em 27 de Abril
do mesmo ano, é convidado para a pasta das Finanças o Dr. Oliveira Salazar.
Pouco tempo depois da Revolução do 28 de Maio de 1926, já o Dr. António de
Oliveira Salazar tinha sido convidado para o Governo. Não aceitou. Desta vez, depois de analisar
a deplorável situação do país, sem qualquer crédito externo, impõe as suas condições e
inaugura uma Ditadura Financeira, do Ministério das Finanças, sobre qualquer outro Ministério.
Ficaram célebres as suas frases: "Todos os sacrifícios são necessários", "Sei muito bem o
que quero e para onde vou". "o País estude, reclame, discuta, mas obedeça quando se chegar
à altura de mandar", "Peço confiança na minha inteligência e na minha honestidade"
Passados alguns meses, há uma relativa estabilização na moeda. A dívida flutuante
diminui. Aumentam as reservas do Banco de Portugal. O orçamento começa a ter superavits,
(excesso de receitas sobre as despesas públicas). Os compromissos assumidos anteriormente
são regularizados com pontualidade.
A 30 de Junho de 1930 é formada a
União Nacional com o fim de apoiar as
actividades políticas do Governo. Os partidos tinham sido
proibidos. A censura não deixava passar
as críticas e as ofensas que pudessem influenciar os cidadãos a cometer actos contrários à paz
e à harmonia entre os portugueses.
Nesta mesma data, Salazar, define a Nova Ordem pela qual o
Estado Novo tem de se orientar.
São palavras suas:
"Tomar resolutamente nas mãos as tradições aproveitáveis do passado, as realidades
do presente, os frutos da experiência própria e alheia..." "...sem excluir aquelas
verdades substanciais a todos os sistemas políticos, que melhor se ajustem ao nosso temperamento e
às nossas necessidades."
O Chefe do Governo até 1932 foi Domingos de Oliveira que renuncia a favor do Professor Doutor Oliveira Salazar.
A 5 de Julho de 1932, Salazar é convidado a formar
Governo. Acompanham-no na tarefa da reconstrução nacional: no ministério do Interior, Albino dos Reis; Estrangeiros,
César Mendes; Justiça, Manuel Rodrigues; Obras Públicas e Comunicações, Duarte
Pacheco; Instrução, Cordeiro Ramos; Comércio, Indústria e Agricultura, Sebastião Ramires;
Marinha, Mesquita Guimarães; Guerra, Daniel de Sousa; Colónias, Armindo Monteiro.
Em 11 de Abril de 1933 é publicada a Constituição Política do Estado. O Presidente
da República ficava independente do Parlamento, era ele que escolhia o Presidente do Conselho
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