CARLOS E DIANA


Apesar da diferença de idades, Carlos 32 e Diana 19, Carlos era um imaturo nos caminhos do amor e da vida. Embora tenha sido educado para reinar, ter um curso universitário e interessar-se por ecologia, o seu conhecimento humano deixava muito a desejar.
Carlos é homem e, como tal, inacabado. É um ser em evolução e comete erros inadmissíveis.
Não afirmo que Carlos cometeu erros por não ter qualidade. Tem. Cometeu-os porque é homem e, como homem, será toda a vida infantil embora leve os assuntos de Estado a sério. Neste ponto só cometerá erros se os seus conselheiros os cometerem.
Ao falar sobre Carlos podíamos falar sobre todos os governantes do mundo. Quantos ficaram imunes de cometerem os erros mais clamorosos nestes últimos dez mil anos de conhecimento humano? Oito governantes em todo o mundo, não mais, podem ser considerados verdadeiros humanistas e os seus erros não têm registo. Os outros milhares que governaram ou governam só não foram ou são assassinados pelas multidões porque elas cometem os mesmos erros em menor escala e todos têm o chamado complexo de culpa.


Para os escandalizados com estas afirmações façam uma viagem pelo universo do poder; caminhem de Pol Pot, Mao Tse Tung a Boris Ieltsin ou Bill Clinton. Desde os massacres do primeiro às características específicas do sexo do último, passando pela revolução cultural de Mao, às bebedeiras de Boris, todos estes homens, representantes das nações mais poderosas do mundo, são produto inacabado da Natureza e só o conjunto de assessores de que se rodeiam tem sido capaz de emendar todas as decisões inadequadas à governação dos povos.
Os chefes só valem pelo conjunto de cabeças que compõem o governo. Está provado que o homem só por si não vale nada. Os seus impulsos estão muito próximos da animalidade.
Boris e Clinton não prejudicam outros se não a eles próprios, na sua saúde ou na dignificação do cargo que não admite escândalos sexuais ou bebedeiras monumentais nas bocas do mundo, mas muitíssimos outros corromperam-se, mataram e roubaram aos povos milhões de dólares, para quê?
Que infâmia e insanidade tirar da boca de milhares para guardar nos cofres de um, que não vai gastar aquilo que tirou, que não lhe vai servir de nada, senão macular o nome dos filhos e de todos os seus descendentes!
O homem está inacabado e isso faz que ele cometa erros sem justificação.
O mundo, tal como está, é uma verdadeira desilusão. Quanto mais idade tenho, mais sinto o ridículo das nossas atitudes perante a simplicidade da vida que teimamos continuadamente em complicar. Isso leva muita gente a não respeitar as leis como forma de rejeição pela maneira como os governantes se comportam.


Diana foi um oásis de honestidade. Seduzida pelo príncipe que ela desejava, tudo seria diferente se o homem não fosse diferente. Já o afirmei em outro livro “Saúde e Dinheiro, o caminho para a felicidade”. Digo (páginas 20 e 21): “A mulher é um ser muito mais equilibrado e muito mais crente nos interesses reais da vida. A mulher entrega-se ao amor e à paixão com toda a lealdade, fazendo disso a sua razão de existir”.
Publiquei o livro em 1989 e, até hoje, tudo continua na mesma.
Diana amou sempre Carlos. Amou-o muito enquanto conseguiu resistir à indiferença, à insatisfação e à inquietação do marido.
O pudor de Diana desiludiu Carlos. A perda de interesse esfriou o amor e a indelicadeza veio ao de cima. Diana mostrou-se intranquila, desenvolveu uma bulimia nervosa e implorou um pouco de atenção e de amor. Carlos mostrou-se petulante.
As rainhas têm de sofrer caladas. Ana Bolema e Catarina Howard (século XVI), decapitadas na Torre de Londres, são o exemplo das mulheres a quem é cortada a voz pelo pescoço. Diana também preferiria o cadafalso à falta de amor.
O machismo acabou. Todas as tentativas para o reviver têm de ser combatidas de forma cruel, mas sem derramamento de sangue.
Carlos não entendeu. Esqueceu que os tempos mudaram muito desde Henrique VIII.
Carlos e todos os homens esquecem que as mulheres são mais capazes, mais fortes e mais intuitivas. São mais capazes por serem as detentoras do pensamento prático. São mais fortes, no campo sexual, porque a sua potência é de horas e a do homem, às vezes, nem de minutos. A sua intuição revela-lhes de imediato o que leva ao homem dias a compreender. O homem ao pé de uma mulher é um ser insignificante. A inteligência e a intuição da mulher fazem a sua maturidade.
O homem é criança toda a vida. A mulher atinge a idade adulta entre os 18 e os 21 anos.
A mulher erra porque o homem a motiva a isso.
A grande esperança do século XXI são as mulheres. Se isso não acontecer, o mundo acabará. Os americanos e russos compreenderam que o fim está próximo e pretendem, desesperadamente, encontrar outros planetas em vez de procurarem a humanização do homem e dos sentimentos. Em vez de desanimalisar o homem, eles tentam forçar o espaço e descobrir nele campo onde as suas desordenadas paixões se continuem a desenvolver.
Os Estados Unidos e a Rússia gastam biliões e biliões de dólares com a pesquisa de um planeta alternativo.
Em lugar de tornarem este planeta habitável para todos, os países mencionados, tal como as crianças, preferem um novo brinquedo, e visitam tudo o que existe no Universo. Neste momento, é Saturno que está na mira. Os gastos com a sonda “Cassini” rondaram os quatro biliões de dólares, qualquer coisa como o suficiente para construir de raiz uma cidade fabulosa onde tudo se processasse com harmonia e prazer.
O homem foge dele próprio, porque ainda não se encontrou.
O homem tem cabeça para pensar os números e imaginar a resolução das dificuldades; mas não tem cabeça para travar os excessos, quando já possui o suficiente para ser feliz.


IMATURIDADE

O homem e a mulher têm capacidade para se apaixonar desde muito novos, mas só a mulher é capaz de amar verdadeiramente a partir dos dezasseis anos. O homem vive os impulsos amorosos por apetite. A mulher vive através do sentimento.
O caso de Carlos e Diana é paradigmático. Ele usa o egoísmo, próprio da idade, sem perceber que vai magoar uma mulher que o ama muitíssimo. Ela entrega-se totalmente mas não sabe fazer vibrar as grandes emoções por não ter experiência sexual. Carlos vai pelo interesse de Estado ao encontro da mulher. O acto não tem o sabor do êxtase que ele deseja.
O prazer animal é uma frustração, uma desilusão não compensada com uns olhos, uns seios e umas formas perfeitas.
Diana era muito bela mas não sabia amar com a impertinência do acto 365 dias por ano. O homem é o único animal que pensa mais com o sexo do que com a cabeça.
A imaturidade de Carlos e dos seus conselheiros, no campo sentimental, pode ser exemplificada pelos seus próprios erros:
Tendo cometido adultério sem o verdadeiro recato do adúltero, como se a um futuro rei tudo fosse permitido, mesmo humilhar a mulher, Carlos resolveu abrir as portas da sua vida nas páginas de Jonathan Dimbleby.
Carlos entronizou-se como uma estátua pública onde todos os cães podem urinar. Ele só se deu conta do que tinha feito quando o líquido lhe chegou ao nariz.
Com ele, o povo teve a confirmação que os reis são iguaizinhos a eles, com a agravante de serem acusados de viverem à custa do orçamento sem cumprirem a obrigação de ser aquilo que devem ser: símbolos. Nada mais que símbolos de honestidade, de prudência e contenção.
A atitude do príncipe revela falta de alguma capacidade mental. Isso é gravíssimo para quem pretende reinar num dos países mais considerados da Europa.
Aos erros do príncipe Diana escreveu-lhe o epitáfio em frente dos canais de televisão: “Carlos é um irresponsável e não serve para reinar”.


A CAMINHADA

Diana nasceu a 1 de Julho de1961, em Sandringham, Norfolk, filha do visconde de Althorp, Edward John Spencer, mais tarde conde de Spencer e de Frances Ruth Burke Roche, filha do barão de Fumoy. Teve duas irmãs; Sarah e Jane e um irmão Charles.
A infância passou-a em Sandringham e aos seis anos teve a sua primeira grande tristeza motivada pela separação dos pais. Isso fê-la sentir-se rejeitada. Perdeu a confiança em si. As irmãs tiveram crises de anorexia e bulimia nervosas. O irmão chorava constantemente.
Aos 9 anos frequentou o colégio Riddleworth Hall e a seguir a escola West Heath.
As actividades de que mais gostava eram as desportivas, com preferência pela dança e pela natação.
Aos dezasseis anos frequenta uma escola suiça. Faz um curso de cozinha, toma conta de crianças, faz pequenos trabalhos domésticos e aperfeiçoa as suas aptidões para se tornar professora de dança. Em seguida trabalha na creche Young England e aqui encontra o príncipe encantado.
Na escola de Kinghtsbridge, Diana era uma menina entre meninos que entre si se mimavam. As crianças enchiam-na de beijos. Ela transportou esse amor para as crianças dos hospitais. Tenho a certeza que muitas delas foram curadas porque ela lhes tocou.
Diana tinha consigo a força da natureza. A energia que irradiava era tão forte que beneficiava quem a visse ou pensasse nela .
A sensação de paz, tranquilidade e bem estar, mesmo naqueles que só a observavam nos jornais, era um sintoma do seu poder, e cada vez seria maior à medida que os anos passassem.
Aqui abro um parêntesis para dizer que todos temos essas forças mas que são anuladas pelos sentimentos negativos; egoísmo e inveja. Falo sobre este poder nos livros “Saúde e destino”, pag 101... e “Saúde e dinheiro” pag 51...
Diana não foi uma estudante brilhante. Tal como Einstein, Churchill, Picasso, Darwin, Edison, Ford, Zola, Mao Tse Tung, Lenine, todos eles, sem excepção, foram maus alunos. Enquanto jovens privilegiaram a observação em vez do estudo. Só no tempo do perfeito entendimento desenvolveram as suas capacidades e assombraram o mundo.
Diana faz o que a sua intuição lhe ordena e presta serviço aos outros sem se importar com a sua condição social. Torna-se educadora infantil e aí deve ter compreendido que aqueles pequenos seres, tão indefesos e tão frágeis não se poderiam tornar em monstros agressivos e destruidores se não houvesse uma razão, muito forte, para os desencaminhar.
Visita os paupérrimos. Eles também foram e alguns ainda são meninos. Tinham sido ludibriados pelo mundo e ficaram pelas ruas da vida. Eles sabem que são menos importantes do que as pedras da calçada, bem mais incómodos, por que falam e esbracejam, com dor, mas sem resultados. Ela seria o seu porta-voz.


Diana percorreu a vida com a naturalidade dos seres eleitos que podem cometer faltas mas cujas virtudes superam, em muito, os erros.
O seu dia a dia sempre foi pacato e saudável. Nunca foi mulher de noitadas ou de discotecas.
O aparecimento de Carlos revolucionou-lhe a vida. A confusão instalada nos neurónios foi tal que chegou a pensar em desistir do casamento. Emagreceu muitíssimo enquanto esperava o casamento em Clarence House, residência oficial da rainha mãe.
O casamento foi na catedral de são Paulo a 29 de Julho de 1981. Diana ia deslumbrante. A beleza foi realçada pelo cabeleireiro Kevin Shanley e pela maquilhadora Barbara Daly.
O pai de Diana levou-a desde o palácio de Buckingham até à catedral e Diana estava felicíssima. A lua de mel passou-a em Hampshire em casa de Lord Mountbatten e num cruzeiro a bordo do iate real Britannia.
Carlos devia ter consumado o acto como quem despacha um negócio de Estado. Cumprida a formalidade e ciente que a “encomenda” estava selada, abanou-se, feliz pela vitória e foi jogar pólo nos relvados de Lord Mountbatten ou estender-se, no convés do barco, lendo os seus autores preferidos.
Esqueceu a mulher e esqueceu-se que tinha casado. Diana tinha entrado na firma Carlos e Diana de Gales, Lda, sem outras regalias senão o direito a servir o seu príncipe e ao título de alteza real.
Durante o dia eram dois estranhos. Diana começou a ficar virada do coração e da cabeça. Compreendeu que tudo iria ser muito complicado.
Carlos entendeu, nesse momento que, para alguns homens, o casamento mata o amor.
A mudança radical na sua pacata maneira de viver e a indiferença do marido transtornaram a jovem princesa. Isso activou-lhe a bulimia.
Comia compulsivamente e, em seguida, provocava vómitos. Carlos tentou ajudá-la mas sem o tacto necessário que estes problemas exigem.
Carlos é um homem calmo, ponderado mas insensível aos “pequenos problemas”.
O príncipe William nasceu a 21 de Junho de 1982, às 21,03 horas, e tudo amainou.
Carlos mostrava-se um pai carinhoso e concordou mesmo que o bebé de nove meses viajasse com eles até à Austrália.
Carlos tenta compreender a mulher e regozija-se com o primeiro filho. Quer, desesperadamente, ser fiel e esquecer um outro amor mais saboroso, violento, onde os cabelos se perdem pelos corpos e as sensações são prazeres divinos, inesquecíveis. Os cilícios vibráteis levantam-se e tocam os acordes da perdição. Isto explica por que se ama o feio. Às vezes, o feio tem surpresas irresistíveis.
Em 15 de Setembro de 1984 nasceu Harry. Depois veio a depressão de Diana, a seguir ao parto. Os médicos disseram a Carlos que é normal a rejeição do marido. Algumas vezes acontece a rejeição do filho, mas tudo passa com um pouco de paciência. À medida que os filhos foram crescendo, Diana, sempre que achava oportuno, levava-os consigo a visitar os mais carenciados. A sua preocupação com os desprotegidos da vida era uma obsessão e uma preocupação constantes.
Carlos não se conforma. Também ele é vítima do pouco afecto que teve em criança.
Camilla aparece-lhe em sonhos, macia de corpo, selvagem nos desejos. Ela entrega-se sem rodeios vibrando intensamente no prazer dado e recebido. É o sexo elevado à máxima potência em oposição ao amor romântico.
Diana foi a mulher pureza, Camilla a mulher sensual onde todos os sentidos vibram em uníssono e fazem perder o homem mais discreto. Ele é príncipe, mas não é incapaz.

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