Nunca estiveram em causa as boas intenções dos Revolucionários da Primeira República, aquilo que oferece grandes dúvidas está na sua capacidade de governação. Faltou-lhes serenidade e competência para compreender, por um lado o povo analfabeto e por outro saber lidar com os oportunistas que sempre aparecem nestas convulsões. Há ainda mais um ponto a considerar. Entre o 5 de Outubro de 1143 e o 5 de Outubro de 1910 tinham passado 767 anos. É muito ano de regime monárquico. Isso não se muda de um dia para o outro. É verdade que o povo começava a ficar cansado de tanto salamaleque e subserviência a uma nobreza cujo único valor estava no nascimento e não no conhecimento. Era preciso mudar para renovar, para insuflar nova alma a Portugal. O 5 de Outubro seria mágico.

PRIMEIRA REPÚBLICA
1910 - 1926

A revolução Republicana começa a 4 de Outubro de 1910 em Lisboa. É realizada sem dinheiro, poucas armas e mal preparada.
Na Rotunda, soldados e civis insuficientemente armados, e meia centena de populares excitados e desarmados, acicatados por Machado Santos, Mendes Cabeçadas, Tito de Morais, Ladislau Parreira e José Carlos da Maia vão fazer a revolução.
O Almirante Cândido dos Reis, um dos chefes, tendo pensado que o golpe falhara, suicida-se. Sá Cardoso e o capitão Pala fogem.
As unidades militares governamentais, fora da Capital, tinham sido travadas por algumas destruições de pontes, ou parte delas, para impedirem veículos automóveis e comboios de circular com segurança.
A Carbonária, cujos membros estavam infiltrados no exército, vinha, desde há anos, fazendo um trabalho de sapa.
A Maçonaria e, principalmente, o desinteresse do Rei e dos monárquicos, envolvidos em pequenas guerrilhas de interesses mesquinhos, fizeram que a revolução fosse bem sucedida.
A Carbonária era uma associação secreta, fundada em Itália. Em Portugal usava, muitas vezes, o nome de Floresta e Sociedade.
Os membros da Carbonária funcionavam em grupos de vinte filiados e tinham como nomenclatura de vigilância, combate e comando: o canteiro, a choça, a barraca, a Venda e a Alta Venda. A sua acção esteve presente de 1910 a 1926, e na preparação da queda da Monarquia. Dos dirigentes da Alta Venda, o corpo mentor da Carbonária, destacam-se António Maria da Silva, Machado Santos, e Luz de Almeida.

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PVP. 10,00 €
ISBN: 978-972-8832-84-1
Um pequeno excerto do livro "PRIMEIRA REPUBLICA"
OS FACTOS
Morada

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