Autor: Cunha Simões

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Copyright:Fernando José Côrte-Real Cunha Simões

VINHOS MEDICINAIS

Para descanso da sua consciência e da minha, procure um técnico de saúde, médico ou fitoterapeuta, para saber se deve ou não, experimentar estas receitas.

VINHOS

Séneca, nas cartas a Lucilio diz: "a bebedeira é uma loucura voluntária". Plínio, o antigo, afirma: "o homem deve ao vinho ser o único animal a beber sem sede". Platão acrescenta: "a verdade está no vinho". Alcée insinua: "o vinho é o espelho dos homens". O Talmude vai mais longe: "quando o vinho entra, a razão sai".

Os provérbios referem-se ao vinho comum. O espírito cresce e desenvolve-se nos vinhos medicinais.

Ao pensar este livro sobre vinhos medicinais tive em conta os seus efeitos.

Estes preparados não devem ser consumidos nem para tirar a sede nem para desatar a língua.

Os vinhos medicinais representam saúde. Só um copinho ou uma colher de sopa, uma ou duas vezes ao dia e nem mais uma gota! São vinhos especiais.

Os que sofrem do estômago, do fígado, dos rins, os diabéticos e todos aqueles que passam por depressões ou tenham, frequentemente, insónias devem evitar o vinho comum.

Ovídio, no século I da nossa era, afirmava: "quanto mais se bebe, mais se tem sede". No entanto a nossa psicoterapia de grupo e o nosso "tetradin" para ajudar os alcoólicos a sair do impasse: "beber para tirar a sede e tornar a beber porque a sede não pára" chama-se contenção.

II

Segundo a lenda, foi Dioniso (Baco) quem primeiro plantou a vinha, mas a primeira e mais célebre carraspana foi Noé quem a apanhou.

Todos os frutos açucarados podem produzir vinhos; cidra, pêra, laranja, banana, etc. Esmagam-se e adiciona-se-lhes, ou não, água e açúcar. Terminada a fermentação, junta-se um pouco de álcool para evitar fermentações secundárias. Como é natural estes vinhos não servem para criar vinhos medicinais.

O verdadeiro vinho é o produto da fermentação do sumo da uva. Vejamos as diferentes fases por que passa para ficarmos com uma ideia do valor e dos cuidados a ter.

O álcool é um dos elementos do vinho. No vinho tinto há tanino (4 a 5 g por litro), no vinho branco há ácido propiónico, ácido succínico, ácido acético...este último é o grande culpado das dores de cabeça.

O vinho é calorígeno (cerca de 700 calorias por litro) mas, ao contrário do que erradamente se supõe, não é energético: proporciona uma fase ascensional muito curta, que termina por uma quebra de energia. Por isso há tantos impotentes entre os alcoólicos.

O vinho tem uma composição muito complexa. No ponto de vista prático contém: 65 a 70% de água, 6 a 15% de álcool vulgar ou álcool etílico; 0,4 a 0,7 de ácidos tartárico, málico, sucinico, tânico, etc.); 0,3 a 0,5 de sais diversos; e 0,1 a 0,3 de matérias albuminoides, gomas etc.

Considerado comercialmente, interessa conhecer sobretudo no vinho: o álcool, a acidez volátil e o extracto seco.

Hipócrates (o pai da medicina, 377 a.c.) aconselhava: "Bebe vinho e ficarás são". Passados mais de dois mil anos, os novos senhores do mundo, aqueles que mastigam e remastigam o pensamento e a ciência para atingir o supremo perfeccionismo, autorizaram a "Food and Drug Administration" a que ela sancionasse no rótulo dos vinhos tintos: "bom para a saúde". Plutarco, historiador e moralista Grego, afirma: "O calor do vinho faz sobre o espírito o mesmo efeito que o fogo produz sobre o incenso" seguem-se os provérbios: " maligna a ferida que não se cura com vinho", "o vinho alegra o olho, limpa o dente e cura o ventre". Para que o oiro da terra tenha o calor do Sol, a sabedoria popular aponta vários caminhos: "Quem não podar em Março, vindima no regaço" ou "Se queres vinha velha remoçada, poda-a enfolhada".

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