N

Olha-me bem.

Olha-me bem nos olhos.

Percepciona o que eles dizem

E diz-me se não sentes

Que tu a ti mentes

E que tens sensações que se contradizem?

Olho-me eu nos teus.

E vejo-os tão profundos

Tão doces de tanto querer.

Desejos ardentes a despontar,

Sonhos futuros reais a nascer,

Imagens passadas a fenecer

E eu misturado nessa amálgama…

Beijo-os.

Loucamente a mim estreitando-te

Vejo que só te encontrei para amar,

Sinto que sonho ao apareceres,

Vendo e sentindo, não te quero perder.

Ó minha fada boa, ó minha estrela,

Ama como eu te amo loucamente

E no mundo modificarás a mente,

Do que lançado na Terra a gravitar…

Circula em torno de ti e do teu olhar

Até ao dia…em que o teu eu…

Para o meu eu…se encaminhar.

Lisboa

LIS

Possuir-te, querer-te, num desejo louco

De ter o teu corpo colado ao meu.

Esquecer que sou católico e ser ateu

Neste momento para mim é pouco.

Gritar bem alto até ficar rouco

Que esse corpo, que era há pouco teu,

Me pertence, que não sou moiro ou judeu

Mas por te amar de loucura me touco.

Desfazer-te em meus braços, entrar em ti,

Possuir-te como ninguém possuí

E amar como jamais se amou.

Mas sei, que não me queres, ou que me queres,

Sei lá, tudo são caprichos de mulheres,

E por caprichos a minha fé apagou.

Sintra

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