As autênticas casas dos séculos passados encontram-se aqui. Nas outras capitais europeias elas foram destruídas pelas bombas que arrasaram edifícios e consciências. Os portugueses há muito compreenderam que não passam de insignificantes frutos da terra transformados em gente.

Lisboa é a cidade onde o prazer, a cultura, a alegria de viver e a segurança se conjugam num fabuloso exemplo de fraternidade.

Em Lisboa ninguém se cansa. Sobe de elevador, passeia de autocarro, de eléctrico ou táxi pelos montes que a rodeiam e a aconchegam, e desce a pé pelas ruas, pelas calçadas, pelos becos, pelas vielas e pára nos jardins, nos restaurantes, nos pequenos bares ou nas tasquinhas para descansar e saborear o paladar português.

Dou-lhe dois exemplos para ver como é fácil resolver problemas complicados. Imaginemos que está no Largo do Rato, e quer ir para os Restauradores.

A distância parece enorme. Não é. Hoje até tem o Metro. Mas esqueçamo-lo. Prefere ir a pé. Entra na rua do Salitre; fica confinada pela entrada do Metro do Rato e o Chafariz do Palácio Palmela, passa a Casa do Ribatejo, a Fundação Oriente de estilo neo barroco, o Largo Jean Monet e está na Av. da Liberdade, mais quatro minutos chega ao seu destino. Ao todo demorou dez minutos e observou, sem esforço, mais uma parte da cidade.

Outro exemplo: quer ir da Baixa para o Bairro Alto, está na Rua da Prata ou na Rua Augusta ou na Rua do Ouro.

Tem ali como transversal a Rua da Vitória, entra no Metro e vai de escadas rolantes até ao Chiado, uma das zonas mais elegantes de Lisboa. O Bairro Alto está ali a dois minutos de distância.

Uma outra sugestão: nunca se fixe num só restaurante. É preferível o risco de uma desilusão do que perder os diferentes sabores e surpresas da variedade. Na variedade é que está o encanto e o sublime do prazer.

Lisboa foi a capital de um Império cujo rei usava, por direito, o título de: Senhor de Portugal e dos Algarves, D'Aquém e D'Além Mar em África, do Comércio e da Navegação da Etiópia, da Arábia, da Pérsia e da Índia.

Em todos estes lugares praticámos a aventura do amor, do comércio e da saudade. Neles deixámos e trouxemos a alma que faz dos portugueses o povo mais consensual do mundo.

A cidade vai dividida por zonas. Escolha aquela que mais lhe convém. Se não conseguir encontrar o que pretende, pergunte. Pergunte não uma, mas sim duas ou três vezes. Certifique-se que vai no caminho desejado. Em último caso telefone para os organismos já indicados nas páginas anteriores.

PARQUE EDUARDO VII

TERREIRO DO PAÇO

Do alto deste bem ordenado e bonito Parque, avista o Marquês, a Avenida da Liberdade com 1500 metros de comprimento e 90 de largura, os Restauradores, a Baixa e, no final, a banhar a Praça do Comércio, também chamada Terreiro do Paço, encontra-se o Tejo.

Na parte noroeste do Parque tem a Estufa Fria onde as fontes, os lagos, as cascatas, as grutas, a Estufa Quente e a Doce abrigam e enquadram plantas exóticas e raras, vindas de todo o mundo.

Nos lagos, além dos peixes, aproveitam as águas ou as margens, uma imensa variedade de aves, algumas das quais percorrem os 26 hectares do Parque para exercitar o voo e encher de ternura quem ali passeia.

Tem esplanadas, junto ao lago, e um parque infantil onde o tempo descansa.

O Parque tem o Tel. 213882278. É servido pelos autocarros nºs 1, 2, 12, 20, 22, 31, 38, 41, 46, 49. O Metro tem as estações: Marquês de Pombal e Parque.

ESTÁTUA DO MARQUÊS

Saindo do Parque vai encontrar a Rotunda ou seja a Praça do Marquês de Pombal. A estátua, com o pedestal, eleva-se a 36 metros. O Marquês, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), foi ministro do rei D. José I (1750-1777). Legislou como entendeu. Reconstruiu Lisboa a seguir ao Terramoto de 1755 que destruiu quase dois terços da cidade e fez desaparecer no fogo ou nas águas, uma fortuna incalculável em livros, obras de arte, móveis, ouro e pedras preciosas.

O Marquês não ficou a chorar o irrecuperável. Lançou-se decididamente a reedificar a cidade. Fê-lo com pulso de ferro, mesmo com barbaridade.

Por sua iniciativa criou instrumentos que desenvolveram não só Lisboa como todo o país: a agricultura, o comércio e a indústria atingiram níveis de desenvolvimento fora do comum, criou as Companhias: das Vinhas do Alto Douro, Grão Pará, Maranhão e Paraíba, acabou com a distinção entre cristãos-novos e velhos, reorganizou o ensino, reformou a universidade etc. etc. etc. Numa palavra: voltou a colocar Portugal ao nível da Europa mais evoluída.

Consultar História de Portugal na Internet: www.cunhasimoes.net.

Muito contestado, depois da morte do rei, é exilado para Pombal. Passados cento e cinquenta anos foi-lhe perdoada a desumanidade, reconhecido o valor a favor do bem estar colectivo e erguida a estátua do Marquês, de leão ao lado. O obelisco está ainda ornamentado pelas figuras da Serenidade, da Força, da Agricultura, da reforma da Universidade de Coimbra e outros elementos que simbolizam a sua obra.

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