Lisboa Século XXI

Lisboa é a síntese perfeita de Portugal. Nenhuma outra cidade expressa com tanta naturalidade o espírito do povo. É a aldeia grande onde os portugueses, das outras terras, trabalham e se misturam com gente das mais variadas cores e proveniências.

Invadida por povos do norte da Europa, do norte de África e Asiáticos, Lisboa ganhou a sabedoria da convivência e da fraternidade. Das suas praias partiram caravelas a descobrir o amor nas terras desconhecidas que o mar escondia com lendas de medo e de terror. Estes desafios excitam os portugueses. Por amor é um cordeiro. Maltratado é um leão enfurecido e imprudente.

Durante séculos, Lisboa foi conquistando as terras inundadas pelo estuário do Tejo que vivia, preguiçosamente, espraiado por toda a zona da Baixa e Martim Moniz.

Quando da conquista, em 1147, o rio Valverde era ainda o fertilizador dos campos que o marginavam. Todos estes

braços de água vão praticamente desaparecer com o Terramoto. D. Maria I acabou por mandar aterrar toda uma praia para aí erguer residência. Ainda hoje as ruelas com nomes de Boqueirões (v.g. Boqueirão da Galé) nos lembram os lugares por onde as linhas de água se encaminhavam para o mar.

Em 1147, Lisboa tornou-se portuguesa, em 1255 foi elevada a capital do reino. Em 1500 já era capital de um Império fabuloso que se estendia pelos imensos territórios de África, Brasil, Índia e Oceânia. Em 1580 foi ocupada pelos espanhóis que reivindicaram direitos suces-sórios. Em 1640, expulso o familiar indesejado, reergue a esperança. Em 1725 volta a ser a cabeça de um poderoso e rico Império.

Tal como nos séculos XVI e XVIII, Lisboa continua a ser uma terra de muitas línguas.

Encontra-se situada na margem direita do rio Tejo, espraia-se nele, recebe a brisa do mar que lhe fica a escassos minutos de distância e forma uma baía imensa, onde cabem cidades flutuantes e um porto natural em toda a sua extensão.

Lisboa não é só rio, trabalho ou monumentalidade; é descontracção, é anti stress, é conhecimento natural, é riso gentil e saudável, fruto do carácter franco e aberto dos portugueses, e também do clima ameno que os torna doces, ingénuos e hospitaleiros. Se houver vinte dias de frio por ano é o máximo, por isso a boa disposição e o saborear a vida, sem grandes preocupações, é mais uma das suas características.

A temperatura média ronda os 18 graus.

Ao chegar a Lisboa já tem onde dormir e uma ideia daquilo que deseja visitar. Mas se não tem, não se preocupe. Já todos sabem que o improviso é com os portugueses: são especialistas em arranjar soluções rápidas para os mais difíceis e complicados problemas.

Os Serviços de Turismo têm uma relação, com as mais diferentes hipóteses, para a sua estadia. Pela nossa parte, e sobre esta matéria, indicamos uma lista de hotéis, residenciais e pensões aos mais variados preços.

Vou dar-lhe números de telefone que respondem a todas as suas primeiras perguntas. No Palácio Foz, nos Restauradores, Tels: 21 346 38 58, 213463314, estão disponíveis das 9 horas até às 20 h. Se estes falharem ainda tem o Nº. Verde 800 296 296. No Aeroporto, Tels: 218494323 e 218493689, disponíveis das 6 h às 14 h. Tem ainda o ICEP (Investimento, Comércio e Turismo de Portugal, Tels: 217930103 Fax 2179410826. Para a População Surda existe um Serviço de Interpretes _ Campo Grande, 25 _ Tel. 21 798 80 00

VIAGENS A METADE DO PREÇO

Para viajar de autocarro, eléctrico ou elevador sugiro-lhe que compre os bilhetes nos quiosques da Carris, tabacarias e outras pequenas lojas. Pergunte. Ficam-lhe a metade do preço do que comprados nesses meios de transporte. No Metro, as carteiras de 10 bilhetes também ficam 20% mais baratas. No entanto se optar por adquirir um Lisboa Card, este passe turístico dá-lhe direito a viajar nos transportes da Carris e no Metro sem limite, a entrar em 25 museus e a ter reduções de 10 a 50% noutros locais de cultura. Este passe compra-o no posto de Turismo dos Restauradores - Palácio Foz _ Tel. 213463314 nos quiosques de Turismo da R. Augusta, Castelo de S. Jorge, no Museu de Arte Antiga ou no Mosteiro dos Jerónimos. Existe um bilhete: Autocarro, Elevador e Eléctrico só para um dia.

Se tiver dificuldades, pergunte. Os portugueses adoram ajudar os estrangeiros ou mesmo outros portugueses.

Estrangeiro, para português, é rei.

Vou dar-lhe um pequeno exemplo: os serviços de trans-porte, normalmente, deveriam ser complementares uns dos outros numa determinada área, ou seja deveriam indicar como atingir o local pretendido utilizando os meios que estão próximos uns dos outros, mas não indicam e, muitas vezes, nem dos seus próprios transportes são capazes

de lhe mencionar a zona de paragem. Se isto para um nacional é difícil, para um estrangeiro é complicadíssimo. Não há nada a fazer. É perguntar a este e aquele. Confirme sempre.

Caso tenha pressa e queira visitar ou ir a alguma instituição que consta ter estado fechada para obras aconselho a telefonar e a confirmar se tudo está em funcionamento. Digo-lhe porquê. Quando se diz que, temporariamente, este ou aquele organismos estão fechados, temporariamente, em português, pode significar um ano, uma década ou alguns séculos. Para os portugueses isto dá-lhes muito gozo, estrangeiro é que pode não achar graça...

Nos transportes públicos e recintos desportivos fechados é proibido fumar. Nos restaurantes só gente de fraca condição, ou os muito viciados o fazem.

As ruas estão cada vez mais limpas, mas ainda há muito ignorante a deitar papeis para o chão, a esborratar paredes e veículos públicos.

O barulho das buzinas ainda se faz ouvir. São os condutores, de menos instrução, que usam este método para chamar a atenção sobre as suas frustrações.

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